Cronica e arte
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A VACINA E A ÓPERA DO MALANDRO
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Jaboticabal, 25 de janeiro de 2021
Prezados leitores
Estamos vendo nos dias
de hoje, quando o Brasil
começou a vacinar os
Brasileiros, contra a
covid-19, surgir mais
uma vez o malandro
brasileiro.
Me refiro aquele tipo de
brasileiro que a cotoveladas e sem escrúpulo algum,
procura se dar bem a todo o custo. Agora ele aparece
cortando a fila das pessoas que estão na faixa prioritária
para a vacinação.
Na realidade este tipo de brasileiro, este malandro, já
surgiu desde o início da pandemia. Mas porque citar que
este tipo de brasileiro é o malandro?
Na década de 80, Chico Buarque de Holanda, se
baseando em duas peças teatrais (A Ópera do Mendigo
de John Gay e Opera dos três vinténs de Kurt Weill e
Bertolt Brecht) e criou a Ópera Do Malandro.
Nesta peça de Chico Buarque, narra a chegada do
capital estrangeiro na década de 40 e o incentivo
governamental para industrialização do pais, e como o
mau brasileiro, o malandro agiu para se aproveitar.
Usando de textos de
sociologia de seu pai, Sergio
Buarque de Holanda e de
Darcy Ribeiro, ele narra a
trajetória de parte da
população brasileira que
quer se dar bem de
qualquer jeito.
Aquela parte de brasileiros
que privilegia o interesse
particular acima do
interesse público, que
despreza qualquer questão
de ética e que, procura se
dar bem mesmo prejudicando os demais.
Na peça nós vemos
personagens que
recebem incentivos
do governo e o usam
para o interesse
particular, mesmo
que para isto usem
de corrupção e até
de prostituição.
Guardadas as devidas proporções, estamos vendo desde
o início da pandemia, que pouquíssimos governantes
seguiram o que prescreve a constituição.
Primeiramente Governadores do nordeste e sudeste
visando o lucro do
carnaval, esconderam
durante o período
carnavalesco, que
existia o perigo do
vírus, para que o povo
saísse na rua e
gerasse lucro, lucro do
qual parte seria
revertido em impostos.
Depois decertaram estado de emergência, e muitos,
como o Malandro da peça, usaram estes decretos para
desviar dinheiro de respiradouros artificiais.
Muitos políticos, inclusive no Amazonas, são agora
processados por isto.
Deste ato de malandragem no qual os governadores
usaram do STF para usurpar ou diminuir a atribuição do
governo federal na pandemia, não escapa nem mesmo a
presidência da república.
O governo federal, ao ver os governadores tomarem a
dianteira, o que fez? encolheu os ombros e se eximiu da
responsabilidade.
Oras, ao ver prefeitos
decretando
isolamento horizontal
e interferindo no
direito de ir e vir,
deveria ele governo
feral dizer, como seria
este isolamento. Só a
federação podia decretar isto.
Mas a malandragem de muitos fez com que os
governadores se arvorassem em ditar regras que
deveriam ser ditadas apenas pela federação. Prefeitos,
ilegalmente fecharam cidades aqui na região e o governo
o que fez? Nada, se omitiu.
O judiciário o que fez? Se omitiu, claro era vantajoso a
omissão, assim ele não se indispunha com outras
autoridades e ficava no seu canto esperando a vacina.
Agora o Malandro da peça de Chico Buarque o que faz?
Fura fila, filhos de deputados, prefeitos, tomam vacina e
esquecem a prioridade de deve ser dada, como
decretado pelo Ministério da Saúde.
Para o malandro vale mais o interesse particular que o
público. Ele usa de cargos, de dinheiro público, sempre
com interesse particular e escuso, sujo. Muitos
malandros, candidatos que eram, quando assumiram o
cargo, esperaram a sua vez de tirar vantagem,
infelizmente como sempre ocorreu.
Infelizmente quando é para se decretar o distanciamento
social, decreta-se contra o mísero comerciante, já
afogado em impostos, enquanto um bando de malandros
balançam ao som de músicas estridentes, no meio da
rua, e pouco os governos estaduais ou municipais agem
contra essa farra de dança no meio da rua em plena
pandemia.
Porque um comercio com seus poucos fregueses no
interior paulista, causa risco de aglomeração e um
bando de malandros dançando no meio da rua, não?
Será que é porque o trabalho, neste pais, no Brasil,
parece que sempre foi mal visto, e a malandragem não?
Para azar deste país, muitas pessoas se acomodaram em
gritar apenas nas redes sociais. Gritam, brigam, mas
não ingressam em partidos, ou movimentos para com
suas ideias, ajudar a mudar este estado de coisas e
afugentar um bando de malandros, que está nas várias
esferas de governo.
Os poucos honestos que entram na política, com a
ausência destes brasileiros que poderiam estar lá, ficam
sozinhos e não conseguem fazer nada.
Esta presença do brasileiro consciente está fazendo
falta, o malandro sabendo que o brasileiro honesto
pouco se mexe, ganha espaço e faz falcatrua em tudo,
atrapalhando os brasileiros que querem fazer alguma
coisa.
Agora o malandro, depois de roubar e superfaturar na
instalação de leitos hospitalares, passa na frente na fila
da vacina. Resta saber qual vai ser o próximo ato deste
bando de malandros?
fotos: facebook do autor dominio
público e EBC R7 internet no final do
artigo musicas sobre a òpera do
Malandro
Mentore Conti Mtb 0080415 SP
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musicas O Malandro e
Homenagem ao Malandro, de
Chico Buarque
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